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Escaneamento de Íris em Troca de Criptomoedas:Entenda o Projeto da Worldcoin no Brasil

Saiba como o projeto Worldcoin, liderado pelo criador do ChatGPT, está escaneando a íris dos brasileiros em troca de criptomoedas. Descubra os riscos e as controvérsias sobre a privacidade dos dados biométricos.

Talvez você nem saiba, mas, neste momento, o Brasil está sendo palco de um projeto inovador e polêmico que visa escanear a íris da população. A iniciativa, liderada por Sam Altman, CEO da OpenAI – dona do ChatGPT – e cofundador da World (anteriormente conhecida como Worldcoin), visa, em tese, distinguir humanos de robôs em um mundo cada vez mais dominado pelas inteligências artificiais. Mas será isso mesmo?

Segundo especialistas de mercado, talvez haja outras motivações por trás desse plano. Promessas, como a troca de informações por criptomoedas, têm gerado preocupações em torno do caso. Por isso mesmo, nesta semana, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) solicitou explicações da empresa sobre objetivos e conformidade com as leis de proteção de dados. Saiba mais neste artigo do Egeaa!

O que é o projeto World?
World é um projeto conduzido pela mesma dona do ChatGPT. Ele foi lançado recentemente sobre a bandeira de se criar um sistema de verificação da identidade humana através do escaneamento da íris. Essa seria uma alternativa ao famoso sistema Captcha – aquele que pergunta se você é ou não um robô -, só que mais eficaz dentro das capacidades avançadas das IAs. A motivação é criar um identificador único, que pode ser usado para monitorar interações online e prevenir ações de perfis falsos em redes sociais e outros sites.

Vale destacar que, além disso, a World diz que pretende contribuir ainda para a inclusão digital das pessoas, permitindo que muito mais gente tenha acesso à economia digital global. Lembra da questão das criptomoedas? Pois bem, um meio de incentivar as pessoas a participar do seu projeto é justamente recompensar com tokens WLD (Worldcoin). É suspeito para você?

Como funciona o escaneamento?
O processo de escaneamento para participar do projeto Works é relativamente simples e envolve algumas etapas:
• Download do aplicativo: Os interessados devem baixar o aplicativo chamado World App.
• Agendamento: Após baixar o aplicativo, é necessário agendar um horário em um dos locais designados para a coleta.
• Captura da imagem: No local agendado, uma câmera especial chamada Orb captura uma imagem de alta resolução da íris.
• Criptografia e exclusão: A imagem é criptografada e enviada ao celular do usuário, sendo deletada imediatamente do dispositivo de captura.

Esse método garantiria que os dados sensíveis não sejam armazenados permanentemente pela empresa. Em vez disso, um código numérico é gerado para identificar cada usuário sem a necessidade de coletar informações pessoais como nome ou endereço.

O início das operações no Brasil
No dia 13 de março, o projeto World começou a operar em dez pontos estratégicos da capital paulista, incluindo shoppings e outros locais públicos – a expansão para outras regiões do Brasil ainda não tem data definida. A participação é gratuita, e os interessados podem se inscrever para ter a íris escaneada. A World afirma que as localizações para a coleta de dados estão disponíveis em seu site oficial.

Quais os riscos que essa tecnologia apresenta?
Como era de se esperar, o projeto World não ficou isento de controvérsias. Muita gente já começou a questionar a ética e legalidade por trás do seu lançamento. De fato, parece haver mesmo uma falta de clareza sobre como as informações serão tratadas, o que obviamente gera desconfiança. Lembrando que o código numérico gerado no escaneamento de íris ainda representa um dado biométrico bastante sensível.

Outra preocupação importante é com a segurança dos dados coletados. E se essas informações forem vazadas, como fica a questão da privacidade online? Será que a empresa conseguiria proteger adequadamente os usuários do seu sistema contra acessos não autorizados ou ataques cibernéticos? Sam Altman defende que a tecnologia desenvolvida pela World é segura.

Segue uma lista resumida dos possíveis riscos aos quais as pessoas podem estar expostas:

• Falhas na proteção das informações coletadas podem resultar em consequências irreversíveis para os usuários.
• O uso de dados biométricos em larga escala pode comprometer a privacidade.
• Dados como a íris, que são únicos e permanentes, podem ter consequências graves se vazados ou comprometidos.
• A possibilidade de uso inadequado dos dados biométricos pode levar a abusos e violações de direitos.
• A saber, na Europa, autoridades de países como Reino Unido, Alemanha, França, Portugal e Espanha iniciaram investigações sobre como os dados biométricos são coletados, armazenados e processados pelo projeto. Já no Quênia, o governo chegou a proibir a coleta de dados pela World. Mas e no Brasil, como fica?

O que diz o governo brasileiro sobre o projeto?
O lançamento do projeto World ao Brasil agitou o governo brasileiro. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados tomou medidas imediatas, abrindo uma investigação para garantir que estejam sendo cumpridas a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Uma equipe da ANPD chegou a se reunir com representantes da World. Em nota, a empresa afirmou que está à disposição das autoridades brasileiras e que valoriza a transparência.

Leia a nota da ANPD na íntegra:

“A ANPD instaurou, dia 11/11, um processo de fiscalização com o objetivo de obter mais informações da empresa World sobre o relançamento do projeto que visa escanear a íris humana para verificação de identidade a fim de avaliar a sua conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD.

Na tarde do dia 12/11, membros da equipe de fiscalização da ANPD reuniram-se virtualmente com representantes da empresa, que expuseram uma visão geral do projeto, responderam a algumas perguntas e receberam formalmente Ofício da ANPD solicitando a apresentação de informações complementares.

O prazo para a resposta é de 10 dias úteis, contando a partir de 18/11.”

Pelo que tudo indica, estamos apenas começando no Brasil o debate sobre a segurança dos dados biométricos e o impacto das novas tecnologias na vida das pessoas. A evolução desse tema deverá guiar o desenvolvimento de outros projetos pelo mundo. E você, qual a sua opinião sobre essa questão? Escreva para nós na aba de comentários logo abaixo!

Fonte: engenharia360.com
Link da matéria: https://engenharia360.com/escaneamento-de-iris-por-empresa-dona-do-chatgpt/

Palavras-Chave: Escaneamento de íris, Worldcoin criptomoeda, Sam Altman OpenAI, Dados biométricos, Segurança de privacidade, ANPD e proteção de dados, Criptomoedas no Brasil.

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