Quando pensamos em abelhas, logo lembramos do mel, tão doce e saboroso. Mas as abelhas realizam um serviço muito importante, que é essencial para a manutenção de toda a diversidade da flora nativa e, também, para a agricultura: a polinização.
A polinização é um serviço ecossistêmico regulatório essencial para a manutenção das populações selvagens de plantas e para a produção de alimento, destacando o desmatamento como uma das causas principais que afetam as populações de abelhas. Outros fatores podem ameaçar os polinizadores, como o uso indiscriminado de agrotóxicos, agricultura intensiva, mudança no solo, poluição ambiental e mudanças climáticas. Para a Mata Atlântica e Cerrado, seu declínio está associado, ainda, com a fragmentação, colocando em risco tanto a flora, como a fauna, que se alimenta de diversas espécies vegetais.
A Educação Ambiental (EA) é uma estratégia poderosa para a conservação das espécies e divulgação dos dados existentes nas Unidades de Conservação (UC). Mesmo antes da definição dos mecanismos legais e das políticas públicas voltadas à Educação Ambiental, as UC já desenvolviam diversas atividades com objetivos educacionais, interpretativos e recreativos.
Aliada à Educação Ambiental, a ciência cidadã é definida como um processo de democratização do conhecimento científico e empoderamento social para o exercício da “cidadania científica”. Além disso, ela possibilita a participação e contribuição do público com dados para investigações científicas, com especial ênfase em pesquisas voltadas à biodiversidade. Essa integração entre Educação Ambiental e ciência cidadã contempla as diretrizes do Programa de Educação Ambiental da Fundação Florestal (PEA/FF), instituído, em 2016, e também do Programa de Abelhas Nativas (PAN), instituído, em 2022, ambos da Fundação Florestal do Estado de São Paulo.
O Programa de Educação Ambiental da Fundação Florestal (PEA/FF) foi construído de forma participativa e coletiva e se orienta pela compreensão integrada do meio ambiente, envolvendo aspectos ecológicos, históricos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais, tecnológicos e éticos.
O Programa de Abelhas Nativas (PAN/FF) foi pensado diante da importância das abelhas nativas e da necessidade de multiplicar o conhecimento gerado nas Unidades de Conservação. Tem como objetivos contribuir com os gestores e comunidades do entorno a conhecerem essas espécies e a sua importância para os serviços ecossistêmicos, promovendo a conservação das populações naturais, identificando espécies de abelhas nativas (incluindo as solitárias) existentes em cada UC integrante do programa. Deste modo, a implantação de meliponários educativos, permite o diálogo e a troca de saberes, envolvendo a população. O Programa também busca fomentar a criação de abelhas nativas no entorno das UC, beneficiando diversos atores, fomentando a restauração ecológica com espécies nativas amigáveis às abelhas. Além disso, pretende promover ações que protegem as abelhas nativas, como, também, os meliponicultores, como a investigação da ação dos agrotóxicos, nos meles que estão sendo produzidos nesses meliponários educativos.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre abelhas nativas, nas Unidades de Conservação, uma iniciativa de ciência cidadã está sendo desenvolvida, possibilitando o diálogo, descentralizando ações públicas, tornando-as mais transparentes. Com isso, permite, também, que as ações ou programas, sejam definidos não apenas na esfera pública, mas também com a participação de atores presentes na sociedade civil. Assim, o Projeto de Ciência Cidadã “Abelha aqui! Abelha lá!” implantado, atualmente, em três Unidades de Conservação (Área de Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo, Parque Estadual do Jaraguá e Mosaico Juréia Itatins), na plataforma iNaturalist, envolve cientistas cidadãos voluntários no levantamento e monitoramento de abelhas nativas, nas Unidades de Conservação.
O Programa Abelhas Nativas aliado à Educação Ambiental e ciência cidadã fomenta ações dialógicas, colaborativas e coletivas para a proteção e conservação das áreas protegidas e das espécies que nela vivem, podendo desenvolver políticas públicas para a proteção de territórios, paisagens, espécies e busca assegurar direitos civis, como também a qualidade ambiental.
Fontes:
Texto e fotos: Plataforma inaturalist.org, republicado pelo Portal de Educação Ambiental
Saiba mais: https://www.inaturalist.org/
Link da matéria: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2023/10/programa-abelhas-nativas-da-fundacao-florestal-ciencia-cidada-e-educacao-ambiental/
Receba nossas notícias diretamente em seu e-mail. Deixe aqui seus dados!